Para além da história, remixada, de um filme de 1978 chamado Madame Rosa sobre uma sobrevivente do holocausto, quero trazer a riqueza desse filme a partir de muitos outros lugares.
Logicamente, a partir da personagem principal, uma mulher na terceira idade, com dificuldades econômicas, e da falta de afetos, a necessidade de contato com alguém jovem para sentir-se viva, como na cena de Sophia dançando com uma jovem prostituta que convive indiretamente, com o novo vínculo afetivo que acontece com o imigrante senegalês, menor de idade, órfão, chamado Momo.
A necessidade de um espaço seguro, onde tanto se protege da realidade como de sua própria história.
Tudo isto acontece com a personagem principal.
Mas vamos olhar também de um outro lugar, do lugar vínculo de Sophia, atriz, mãe, com seu filho, o diretor Eduardo Ponti.
Vemos uma Sophia Loren inteira, lúcida, em um papel que fala sua língua de origem e em uma cidade, Bari, do sul de sua Itália amada, onde volta a brilhar no cinema depois de 11 anos de ausência e sob a direção de seu filho Eduardo… que orgulho como mãe sentir-se trabalhando nesta fase da vida junto a ele.
Mulherão que marca sua presença e vontade de estar presente, aos 86 anos, no cinema.
Para além de ter sido uma sex simbol e um modelo de beleza feminina, se mostra tal qual és, com sua velhice, mantendo a sua essência: a de ser uma atriz italiana com muita força.
Vale a pena ver! Na Netflix.
Bom filme!!!