“Não importa quem você é, não importa o que você fez, não importa de onde você veio, você sempre pode mudar, se tornar a melhor versão de si mesmo”
Hoje Madonna completa 63 anos. Eu fiz um grupo sobre Mulheres Inspiradoras e uma delas era a ela que tem muito para nos ensinar.
Sua história de vida dá um belo livro. Alguns já foram escritos, mas poderíamos abordar vários pontos para falar sobre essa mulher revolucionária, com seus pontos altos e baixos, como todas nós, que serve de inspiração a uma geração que passou por muitas coisas e chegou até aqui ressignificada.
Madonna é filha de um imigrante italiano que foi trabalhar nos EUA como engenheiro de design na Chrysler e General Motors. Ela é a terceira de seis filhos.
Aos cinco anos de idade, a mãe de Madonna faleceu, vítima de um câncer da mama, estabelecendo ali um dos maiores traumas na vida da cantora.
Teve, por via destas circunstâncias, que crescer muito rapidamente, muito antes do tempo. Aprendeu a ser forte e independente desde muito nova, muito por culpa e influência do forte caracter de sua mãe e das recordações que posteriormente foi guardando dela.
Com medo da ideia de seu pai ir embora, ela frequentemente não conseguia dormir a menos estivesse perto dele.
Seu pai, Silvio, casou-se, logo depois, com sua governanta: Joan Gustafson, que, de acordo com Madonna, era muito controladora. Além disso, seu pai insistia que Joan fosse tratada como esposa e mãe, no entanto, Madonna nunca conseguiu aceitar essa condição, pois sentia que trairia o amor de sua mãe.
Desde criança, Madonna vivia cantando em casa as músicas que ouvia no rádio. Por conta disso, Silvio a colocou em aulas de piano. Entretanto, a pequena insistiu até que o pai trocou o piano pela dança e ballet e aos 12 anos ela já dominava a arte.
Considerada aluna modelo, Madonna recebeu uma bolsa da Universidade de Michigan para um curso de dança e passou a se dedicar ainda mais ao ballet. Quando cursava o primeiro semestre, foi convidada para estudar dança em Nova York, para onde se mudou. A artista passou alguns anos dançando em diversas companhias de dança de Nova York e além disso trabalhou como modelo e garçonete para conseguir pagar as suas contas.
Quando trabalhava como dançarina substituta para outros artistas, durante uma noite, enquanto voltava de um ensaio, ela foi arrastada para um beco por dois homens e forçada a fazer sexo oral neles. Isso a marcou muito. Ela se achava independente e forte mas percebeu que existia ainda uma grande fragilidade nela. Depois desse episódio, Madonna ficou ainda mais intolerante e ousada.
Começou a sentir um vazio interior, como se faltasse alguma coisa a ela.
Enquanto atuava como dançarina do cantor francês Patrick Hernandez, em sua turnê mundial em 1979, Madonna se envolveu romanticamente com o músico Dan Gilroy. Juntos, formaram sua primeira banda de rock, a Breakfast Club, onde ela cantava e tocava guitarra e bateria. Em 1980 ela deixou o Breakfast Club e, com seu então namorado, formaram a banda Emmy. Uma fita demo chegou até Mark Kamins, um DJ/produtor de Nova York. Kamins dirigiu a fita para a Sire – um selo discográfico pertencente à Warner Bros, que contratou a cantora em 1982.
Depois que Madonna assinou um contrato de gravação, seu single de estreia, “Everybody”, foi liberado em outubro de 1982 e o segundo, “Burning Up”, em março do ano seguinte. Ambos se tornaram grandes sucessos, reconhecidos pela revista Billboard.
Mas foi com o álbum “Like a Virgin” que Madonna fez mais sucesso, ocupando a lista dos mais vendidos. No clip “Material Girl”, onde a cantora imitava Marilyn Monroe, mostrou seu lado performático. Em 1986, chegou ao auge da carreira com o álbum “True Blue”, que continha canções que foram sucesso: “La Isla Bonita” e “Live to Tell” etc. Em 1987, fez uma grande turnê intitulada “Who’s That Girl World Tour”.
O visual e o estilo de vestir de Madonna, bem como suas performances e videoclipes começaram a influenciar meninas e mulheres. A partir de 1984 seu estilo se tornou uma das tendências da moda feminina dos anos 80.
Suas músicas e videoclipes começaram a atrair a atenção dos conservadores e moralistas que diziam que ela promovia o sexo antes do casamento e minava os valores das famílias.
Em 1989, o álbum “Like a Prayer” foi proibido pelo Vaticano e censurado em países católicos.
Em 1990, o clipe “Justify my Love” causou mais polêmicas ao mostrar cenas de sadomasoquismo. O vídeo alcançou o número 1 na Billboard Hot 100. No mesmo ano, Madonna participou do filme “Dick Tracy” fazendo par com o ator Warren Beatty, com quem teve um relacionamento amoroso.
Em 1996, ganhou o Globo de Ouro atuando no filme “Evita”. Depois de alguns trabalhos sem expressão, lançou o álbum “Ray of Light”, considerado um dos melhores de sua carreira e, segundo a Revista Rolling Stone, um dos 500 melhores de todos os tempos.
Nessa mesma época, teve sua primeira filha, Lourdes, fruto de seu relacionamento com o então namorado, e preparador físico da cantora, Carlos Léon.
Completamente absorvida pela filha, Madonna fez questão de deixar bem claro que não tomaria mais decisões que pudessem afetar o futuro da pequena Lourdes. Foi precisamente pensando na filha, e no futuro, que a cantora mudou de postura artística e musical.
Nessa época ela se envolveu com a Cabala.
Seu sétimo disco de estúdio, Ray of Light. (1998) refletiu essa mudança em sua percepção e imagem.
Conheceu o diretor Guy Richie no verão de 1998, que mais tarde se tornaria seu segundo marido e deu à luz seu filho Rocco John Ritchie, em 2000. Rocco e Madonna sofreram complicações na gestação devido a problemas de placenta prévia.
2003 – Madonna assinou um contrato com a Callaway Arts of Entertainment para ser a autora de cinco livros infantis. O primeiro deles, intitulado The English Roses, foi publicado em setembro de 2003. A história era sobre quatro alunas inglesas e sua inveja e ciúme uma das outras. A obra estreou no topo da lista de mais vendidos do New York Times e se tornou o livro infantil de imagens mais vendido de todos os tempos.
Madonna doou todos os seus lucros para a caridade.
Em novembro de 2004, ela foi incluída no Hall da Fama do Reino Unido como um de seus cinco membros fundadores, junto com os Beatles, Elvis Presley, Bob Marley e U2.
Em maio de 2006, Madonna fundou a organização de caridade Raising Malawi, na África.
Adotou um garoto chamado de Malauí, David Band, em outubro de 2006
A adoção gerou forte reação do público, porque a lei do Malauí exige que os futuros pais residam no país por um ano antes da adoção, o que Madonna não fez.
A adoção foi finalizada em maio de 2008.
Em outubro de 2016, a Billboard nomeou Madonna a Mulher do Ano. Seu discurso “rude e brutalmente honesto” sobre o preconceito e o sexismo na cerimônia recebeu ampla cobertura da mídia.
Em fevereiro de 2017, Madonna adotou duas irmãs gêmeas malauienses de quatro anos, chamadas Estere e Stella, e se mudou com a família para Lisboa.
O que podemos aprender com ela?
“Não importa quem você é, não importa o que você fez, não importa de onde você veio, você sempre pode mudar, se tornar a melhor versão de si mesmo”
Madonna, desde cedo entendeu quem era, de onde veio e o que queria.
Madonna é estudiosa, sempre foi. Mergulhou profundamente no que se interessou.
Olhou para as suas dores e caminhou com autenticidade, nunca as escondendo.
Queria ser uma pop star e conseguiu. Vestiu as roupas que gostava, se aliou a personalidades que admirava. Seguiu seu caminho sempre sendo autêntica, encarando os preconceitos e julgamentos.
Madonna criou músicas atemporais. Suas criações parecem sempre contemporâneas.
Ela é uma mulher à frente do seu tempo. Nunca mencionou muito sua idade e tampouco deu ênfase a isso.
Passa pela vida vivendo cada instante.
Madonna não vive de passado. Ela vive cada época e se reinventa, se adapta, se apropria do que é contemporâneo.
Dá significado a cada fase de sua vida, não tendo medo de mudar.
Madonna não se reprime e tampouco deixa se levar pela opinião dos outros.
Traça sua trajetória sempre respeitando sua ideologia livre, que respeita o outro e mostra ao mundo que podemos ser o que somos sempre!!!