Há 14 anos, colocava o braço para receber minha primeira dose de medicação biológica, internada, com um enorme medo frente à incerteza do que ia acontecer.
Uma nova doença se apresentava , entre outras doenças autoimunes que eu já tinha tido, que durante vários anos demorou para ser diagnosticada e que neste momento era meu novo desafio.
Viver com dor crônica nos tira a qualidade de vida e de vínculos.
O mundo se faz extremamente pequeno, sem cor e sem espaço para poder projetar…..
Esse foi um do Caminhos do Encontro para mim:entender, aceitar e enfrentar essa nova doença.
Para a seguidora que a dor se faz presente de forma crônica, te escrevo desde minha experiência :
Você não está sozinha, existem muitas mulheres que convivem com dores crônicas.
Nunca deixe de buscar qualidade de vida. Não se acomode em conviver com a dor.
É possível aprender, crescer e ressignificar muito a partir da experiência da dor .
É uma oportunidade para o crescimento pessoal…..
Busque um profissional que entenda do que você fala.
Isso é fundamental, porque eu passei anos sem conseguir que alguém entendesse tudo que passava dentro do meu corpo. O dia que eu encontrei alguém que entendia o que eu sentia, tirei um peso enorme de ter me sentido, durante muitos anos, incompreendida…..
Junto ao profissional eleito, busque todas as possibilidades e as esgote.
Se necessitar de terapia, enfrente. Quer meditar? Medite. Quer buscar mais diálogo, primeiro com você mesma para poder entender como se autocuidar? Faça esse diálogo interno.
Mas sobretudo sinta-se merecedora de ter uma vida sem dor. Não pare …..
Muitas vezes a dor crônica nos faz pensar que não existe vida sem dor e na verdade existe.
E talvez esteja ao alcance de sua mão, de uma forma, atualmente, muito mais fácil, do que 15 anos atrás.
Sou uma eterna agradecida à ciência e à medicina por ter encontrado os medicamentos biológicos.
Podia dizer que nasci de novo no dia 12 de dezembro de 2006.
Um antes e um depois , conmigo , com meu corpo e com meu mundo …..