Reflect é o novo curta metragem da Disney que conta a história de uma dançarina de ballet que luta contra seu próprio reflexo no espelho.
Eu tenho uma palestra chamada “Imagem no Espelho”que trata exatamente disso: da dismorfia corporal que nada mais é do que um transtorno que, em maior ou menor tamanho, a maioria de nós, mulheres, temos: preocupação excessiva com a imagem do corpo onde as imperfeições são super valorizadas – ou o que se imagina que sejam imperfeições -, que resulta em um impacto cruel na autoestima que pode afetar a vida seja no convívio com pessoas, no trabalho e em outros momentos.
Princesas magras e “perfeitas”do universo Disney não são o foco dessa produção. Ainda bem!
Mesmo que tenhamos vivido adorando tantos filmes famosos, as falhas na representatividade são óbvias e facilmente influenciaram tantas de nós.
Felizmente a Disney embarcou em uma missão de colocar a primeira protagonista plus-size como protagonista. Demorou, mas vamos reconhecer… nunca é tarde.
Dirigido por Hillary Bradfield, o filme conta a história de Bianca que luta contra sua imagem corporal, contra o que ela percebe de si mesma.
A questão da dismorfia corporal não é atual.
Quem não se lembra das inúmeras revistas que consumíamos que não tinha nem sequem uma “mulher normal”?
Quem não se lembra da auto-exigência de estar perfeita durante tantos momentos da vida?
Quem nunca deixou de ir a um evento por se sentir feia?
É significativo ver uma personagem com peso acima da média como inspiração de um filme, mesmo sendo um curta.
Quem já experienciou a dismorfia corporal sabe que é uma dos piores sensações.
Usar o poder da arte para falar sobre esse assunto é revolucionário. Temos que abordá-lo cada vez mais para não criamos mais uma geração de mulheres com transtornos de imagens.
O foco obsessivo em um possível defeito, ou imaginado defeito, pode levar uma pessoa a fazer coisas terríveis em si mesma. A abdicar de uma vida plena.
Vemos tantas mulheres recorrendo a procedimentos estéticos sem limites. Tantas outras, tão lindas, com a autoestima super baixa, se escondendo…
Que tal começarmos a nos olhar no espelho com mais compaixão, com mais amorosidade, sem nos comparar com ninguém?
Existe como nos ajudarmos nessa caminhada. O diálogo é só o começo.