Desde que apareceu a fotografia, a história deixou de ser só escrita para ser reportada em imagens. Em pleno século XXI, quando pensamos em certos momentos de nossa história, podemos vê-los em imagens.
Os fotógrafos levam décadas documentando momentos incríveis e criando fotografias tão famosas que praticamente todo o mundo já viu pelo menos uma vez na vida.
Fonte: culturafotografica.com
O beijo de um mariner e uma enfermeira no final da II Guerra Mundial que importalizou Alfred Eisenstaedt, é um exemplo disso.
Como esta, existem muitas outras imagens emblemáticas que marcaram a história. Algumas que trazem alegria e outras que causam muita controvérsia.
Mas são todas realmente conhecidas? Algumas sim e outras não, depende sobre a inevstigação e as reportagens que foram realizadas ao longo dos anos.
Ernesto Che Guevara por Alberto Korda
Na Havana de 1960 Alberto Korda fotografava Che Guevara durante uma homenagem para as vítimas de uma explosão. Naquele momento, ninguém pensou que esta fotografia seria uma das mais reproduzidas de toda a história.
Em todos os lugares ela está estampada: papel, livro, revistas, murais, tatuagens…
A fotografia se converteu em um símbolo, tanto que a foto recebeu um título de “fotografia mais famosa e ícone fotográfico do mundo do século XX pelo Instituto de Maryland.
Menino e o abutre de Kevin Carter
Fonte: Zona J
Em 1993 Kevin Carter fotografava o Sudão e a fome que assolava o país. A foto mostrava uma criança desnutrida, encolhida no meio do campo com um abutre atrás esperando sua morte para atacar.
Em uma de suas mãos, a criança tem uma pulseira da ONU.
A fotografia fez Carter ganhar o prêmio Pulitzer. O autor foi intensamente criticado por não ter socorrido a criança. Chegaram a dizer que ele era o segundo abutre da foto e houve tantas críticas e condenações sociais por ele ter sido mero expectador que ele se suicidou em 1994.
Hoje se sabe que o abutre não esperava a morte da criança chamada Kong Nyong, mas queria se alimentar de suas fezes. Sabe-se também, que a foto foi tirada em uma campo de refugiados da ONU e que portanto a criança não estava abandonada à sua sorte. Também foi noticiado que ela não morreu neste momento, nem por causa do abutre, mas em 2007, por outras causas.
Sharbat Gula, a menina afegã, por Steve McCurry
Fonte: National Geographic
Esta fotografia, obra de Steve McCurry, foi tirada em um refúgio do Paquistão quando Sharbat tinha 12 anos.
Em 1985 apareceu na super conhecida National Geographic e isso a fez uma das fotografias mais famosas do mundo.
O que mais chamou a atenção da foto foi a cor dos olhos da menina, de um intenso esmeralda que conquistou a todos. Muitos anos depois, em 2002, quando a menina já era adulta, voltaram a procura-la para saber o que tinha acontecido nesses últimos anos.
A encontraram e voltaram a fotografá-la e de novo voltou a aparecer na National Geographic. Muitos artigos sobre sua vida foram feitos. Existem fotografias dela com seus filhos que contam sobre seu sofrimento ao longo de sua vida, mesmo sendo a refugiada mais famosa do mundo.
Imolação de monje budista, de Malcolm Browne
O repórter de guerra e jornalista cientifico Malcolm Browne, imortalizou a manhã de 11 de junho de 1963 com o ancião Thich Quang Duc, monge budista que se queimava em Saigón, capital do Vietnã do Sul, em protesto pelo apoio de Washington ao regime ditatorial dos irmãos Ngo Dinh. Foi o primeiro de muitos que se imolaram em meio ao fanatismo criado pelos protestos contra o regime.
O feito de um fotógrafo que imortalizou aquela situação não só conscientizou os ocidentais, mas também mostrou que aquele regime acabava em um golpe de estado orquestrado pelo EE UU. Infelizmente este foi substituído por outro também atroz e ineficiente.
A imagem saiu no World Press Photo e o autor ganhou em 1964 um Pulitzer por todo o trabalho jornalístico sobre a queda dos Dinh.
Almoço em cima de um arranha céu, por Charles C. Ebbets
Esta é outra dessas fotografias famosas que perdeu, para muitos, sua autoridade e história. Foi feita por Charles C. Ebbets, em 29 de setembro de 1932. Foi publicada no New York Herald Tribune em uma época que havia elevadas taxas de desemprego e as condições que os trabalhadores viviam eram duríssimas.
É por isso que mesmo que a foto represente unicamente a cena de trabalhadores almoçando sentados em uma viga de um edifício em construção dentro do Rockefeller Center de Nova York, ela se converteu em uma imagem muito forte e representativa do Dia do Trabalhador.
Plaça de Tiananmen, de Jeff Widener
Esta é uma imagem que deu a volta ao mundo. Um homem que desafiou os tanques; que ficou imóvel em frente a uma coluna de blindados numa avenida em Pequim: Chang’An.Ele fez os tanques pararem em um comovente protesto individual horas depois de centenas de jovens morrerem.
A imagem foi tirada em 5 de junho de 1989 por três diferentes fotógrafos, escondidos atrás de caixas do Hotel Beijing, perto da praça de Tiananmen.
A foto de Jeff Widener, saiu na agencia Associated Press, Charlie Cole na Newsweek, e do britânico Stuart Franklin na revista Time. Tirar esta foto a luz do dia foi difícil porque a polícia podia interceptá-los.
Os fotógrafos contam que acreditavam que os tanques passariam em cima do homem, mas pararam, algo que ninguém esperava.
Ninguém mais soube dele quando 3 homens o levaram. Algumas pessoas afirmam que o executaram, mas a realidade é que não há uma versão oficial do que aconteceu.
Morte de um miliciano, España, por Robert Capa
Talvez esta seja uma das imagens mais famosas da Guerra civil espanhola.
Faz parte da história viva do país e foi tirada no município cordobês Espejo, no dia 5 de setembro de 1936 por Robert Capa (pseudônimo de Gerda Taro e seu companheiro Endre Friedman. Não ficou muito claro quem tirou).
A imagem foi publicada na revista Vu, numa repostagem intitulada Comment sont-ils tombés – Como caíram.
Mas ela teve maior destaque quando foi publicada na revista Life em 12 de julho de 1937 em uma reportagem intitulada Death in Spain: the civil war has taken 500.000 lives in one year – Morte na Espanha: a Guerra Civil tirou 500.000 vidas em um ano.
Falling man nos atentados de 11S de Nova York, por Richard Drew
Esta imagem foi tirada durante os atentados de 11 de setembro de 2001.Podemos ver um homem que cai de uma das torres gêmeas do World Trade Center depois que dois aviões se chocaram contra elas.
O fotógrafo foi Richard Drew.
Nesta situação muitas pessoas se jogaram a esmo para evitar morrerem queimadas ou intoxicadas.
Esta imagem foi muito polemizada e a publicação da fotografia fez alguns setores da opinião pública norte americana ficarem irados, já que a maioria dos meios de comunicação se autocensuraram e preferiram mostrar somente fotografias de atos de heroísmo e sacrifício.
A menina queimada por napalm, por Nick Ut
Esta imagem representa os massacres que aconteceram durante a Guerra do Vietnã. A guerra foi uma das etapas mais controversas da história mundial. Aconteceu entre 1955 e 1975 e muitas manifestações e reivindicações aconteceram durante esses anos para o final do massacre.
Na foto aparece uma menina em chamas, Kim Phuc, que foi salva e teve que passar por 12 transplantes de pele. Atualmente, a menina é embaixadora da UNESCO e criou a fundação “Kim Phuc” dedicada a ajudar as crianças vítimas de guerra e violência.
A execução de Saigón, por Eddie Adams
Poucas imagens refletem em um só instante toda a brutalidade de uma guerra e a guerra do Vietnã nos deixou várias delas.
Essa imagem foi tirada em Saigón, capital do Vietnã do Sul e foi fotografada por Eddie Adams, que seguiu o exército do país durante vários dias. Em um desses dias, foi testemunha da execução de um prisioneiro comunista quando ele se dirigia a um interrogatório.
Em plena rua, no dia 1 de fevereiro de 1968, um dos soldados sul-vietnamitas levava um prisioneiro que havia sido capturado. Sem aviso prévio, um comandante do exército chegou perto do prisioneiro e sem emitir uma única palavra disparou seu revólver atingindo propositalmente o homem.
Quando a foto ganhou o prêmio Pulitzer, Eddie falou: “ O coronel matou o prisioneiro, mas eu matei o coronel com minha câmera”.
A morte de Aylan, por Nilüfer Demir
Esta imagem foi tirada há pouco tempo, mas é igual ou até pior que a horror das outras.
Em 2015 uma imagem de uma criança em uma praia turca nos tocou profundamente. A foto foi tirada pela fotografa Nilüfer Demir, uma correspondente da agência de notícias turca Dogan que cobre a chegada dos imigrantes. Ela fez a foto no dia 2 de setembro, às 6 da manhã, na costa do distrito de Akyarlar Bodrum, depois que um dos botes infláveis afundaram.
Em uma das poucas entrevistas que deu, ela disse: “Vi Aylan Kurdi, de cabeça para baixo, sem vida na areia com sua camiseta vermelha e sua calça azul. A única coisa que eu podia fazer era honrar seu protesto. Neste momento eu acreditava que seria capaz de honrá-lo pressionando o botão da câmera; assim tirei a foto”.
O fundo da tela do Windows, por Chuck O’Rear
Para acabar com algo mais alegre temos a foto feita em janeiro de 1995 por Chuck O’Rear, fotógrafo da National Geographic que tirou a fotografia em Napa County, California.
Muitas fotos deste artista foram utilizadas posteriormente para fundos de tela de Windows, tanto que chegou a ser o fundo predeterminado do Windows XP.
Estas colinas estavam cheias de videiras mas entre 1990 e 1995, uma praga acabou com elas deixando a visão do lugar assim.