A Alma Imoral está em cartaz no Teatro Eva Herz em São Paulo.
Clarice Niskier está em cartaz há 16 anos encenando a mesma peça, baseada no livro de Nilton Bonder, o rabino que lhe inspirou a criar esse monólogo que conquista as mais diversas gerações.
Quem já a viu em cena sabe: a mulher é espetacular!
Não é possível atribuir uma idade a esse furacão que, despida, literalmente, atrai os olhares para a sua potente fala. Ela se desnuda com uma naturalidade de quem sabe que muitas vezes usamos as roupas como escudos e tantas vezes nos sentimos mais nuas estando vestidas e menos expostas, quando sem roupa.
Essa relação com o próprio corpo é um dos pontos altos da apresentação. Com um só tecido, Clarice se monta com um figurino que surpreende em sua diversidade, todo criado a partir de muita criatividade que aproveita as inúmeras possibilidades que o pano preto representa.
A sala da primeira apresentação de A Alma Imoral era tão pequena que mal cabiam 50 pessoas.
Hoje, aos 63 anos, a atriz lota todos os espaços.
O seu maior sucesso começou aos 47 anos, quase à beira dos 50.
A imponente atriz decidiu-se pela profissão por causa de uma crise de gastrite que a levou a se inscrever em um curso de teatro para aliviar suas tensões.
Descobriu sua vocação e mudou o rumo de sua vida.
O que podemos aprender com ela?
Que estar aberta para a vida pode trazer muitas surpresas.
Que as adversidades podem nos mostrar outras possibilidades que não conhecíamos.
Que desenvolver novas habilidades podem nos levar a um conhecimento muito profundo de nós mesmas.
Que o trabalho, seja ele qual for, remunerado ou não, nos coloca em movimento.
Que a idade é um mero número; tudo podemos se estivermos dispostas, animadas e curiosas pela vida.
Que uma relação saudável com nosso próprio corpo é muito transformadora.
Podia escrever muito mais, mas deixo assim para incentivar você a ver a peça e ler o livro.
Você vai entender, sozinha, a partir da sua visão, o que eu escrevi aqui:)
Quero rever, é excelente