Por Silvina Ocampo
Escritora argentina considerada uma das melhores em seu olhar às pequenas e grandes coisas do dia a dia, dito por Adolfo Bioy Casares.
Muito boa compaginação de 44 textos breves sobre histórias femininas.
Segundo livro da autora argentina publicado no Brasil, As convidadas reúne 44 contos breves em que fantasmas emergem de fotos, crianças surdas-mudas criam asas e o absurdo irrompe de fatos e objetos cotidianos para destroçar a monotonia das relações familiares.
Uma das escritoras fundamentais do século XX, Silvina Ocampo vem sendo revalorizada com entusiasmo nos últimos anos. Seu nome é cada vez mais citado como referência por uma nova geração de autoras que tem alcançado protagonismo nas letras latino-americanas, e sua obra começa a sair da sombra de figuras como Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges, que faziam parte de seu grupo literário em Buenos Aires.
As convidadas , lançado originalmente em 1961, é considerado emblemático em sua maturidade estilística. As obsessões da escritora, como as crianças que agem de maneira enigmática e muitas vezes parecem mimetizar os adultos, retornam já no primeiro conto, “Assim eram seus rostos”, até atingirem uma apoteose no texto que dá título ao livro. Nele, um garoto enfermo é deixado a sós com a empregada em seu aniversário de seis anos, quando recebe como convidadas meninas estranhíssimas, vindas sabe-se lá de onde. O desfecho é uma síntese do humor absurdo presente na prosa de Silvina, sempre atravessada por elementos insólitos e perturbadores.
“Em seus contos, o mundo trivial permanece reconhecível, ainda que estranho e transfigurado: de repente, ele se abre e é outro, mas a passagem da fronteira é completamente imperceptível.” ― Alejandra Pizarnik
“Poucos escritores têm um olhar para os pequenos horrores da vida cotidiana; um número ainda menor de autores enxerga o maravilhoso do dia a dia. Não consigo pensar em ninguém, além de Silvina Ocampo, que registrou ambos com um humor tão sábio e elegante.” ― Alberto Manguel
Fonte: Amazon