Um relatório recente, feito pelo Cirurgião Geral Dr. Vivek Murthy e divulgado em maio deste ano, afirma que há uma epidemia de solidão acontecendo nos Estados Unidos e que essa falta de conexão pode aumentar os riscos de morte prematura para níveis comparáveis a fumar 15 cigarros por dia.
Intitulado “Nossa Epidemia de Solidão e Isolamento”, o estudo concluiu que mesmo antes da pandemia, metade dos americanos relataram experimentar alto nível de solidão.
As mudanças nos últimos anos são incontestáveis. A tecnologia mudou o modo como as pessoas se relacionam e isso tem uma consequência.
Imagino que no Brasil, se o mesmo estudo fosse feito, os resultados seriam muito parecidos.
Mesmo com tantas pessoas ao redor, ainda mais com as redes sociais, a solidão não diz respeito à falta de pessoas, mas com a qualidade de conexão entre elas.
Todos nós temos, de fato, menos interação social presencial.
Crianças, jovens, adultos e idosos se veem menos, trocam menos e isso é um problema de saude pública.
É fundamental reavaliar criticamente nosso relacionamento com a tecnologia e criar uma cultura de conexão real.
Se antes nos encontrávamos no parque, em um café, em um museu, hoje os encontros são mais e mais esporádicos e as consequências físicas podem ser devastadoras.
Como toda essa conexão virtual é relativamente nova, muitas vezes acreditamos que falamos mais e interagimos mais com pessoas, mas essa não é a verdade.
Já pensou como haviam mais festas, mais lugares de encontros?
Já imaginou o quanto mudou a vida de um jovem e adolescente se compararmos quando eramos dessas idades?
Existe hoje déficit de natureza, assim como déficit de encontros mais profundos e mais frequentes.
Já pensou o quanto um simples jantar fora com amigos muda nossa energia?
Programas públicos são essenciais para o nosso bem-estar. Não é à toa que os shows estão lotados pela procura por ingressos. As pessoas querem se encontrar, mas não sabem mais como.
Portanto, o exercício a fazer é buscar sair, ver amigos, conhecer novidades. Se programar para descobrir um novo lugar em sua cidade.
Fazer parte de alguma comunidade: um trabalho social, um curso…
Temos que nos policiar para não entrar para esse grupo de pessoas já diagnosticadas com solidão que correm riscos físicos.
Seres humanos precisam, por natureza, de pessoas ao redor; já escrevi sobre isso antes.
O Caminho do Encontro sempre busca criar eventos presenciais justamente por isso. Eu entendi, há muito tempo, que precisamos do outro, sempre.
Esse portal é só um braço que buscar abraçar o encontro; um portal para a conexão.
Se você estiver se sentindo muito só, procure ajuda. A solidão não faz bem e há inúmeros caminhos que podem te tirar dessa situação que, muitas vezes somos nós mesmas que nos colocamos.