Os distúrbios do sono estão cada vez mais comuns na vida moderna, acarretando importantes alterações nas funções neuroendócrinas associadas a um maior ganho de peso em crianças e adultos.
O distúrbio mais comum é a síndrome da apneia obstrutiva do sono (conhecida como SAOS), que consiste em uma pausa respiratória provocada pelo colabamento das paredes da faringe durante a expiração.
O distúrbio ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo.
Durante essas pausas, ela para de roncar, por causa do bloqueio da passagem de ar pela faringe e faz uma parada respiratória que dura poucos segundos.
Estima-se que 2 a 4% da população adulta de meia-idade seja afetada pela SAOS, atingindo uma projeção de 7 a 18 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos. Atinge com maior frequência os homens, os
indivíduos com obesidade e com idade acima de 40 anos. Mas os índices estão cada vez mais elevados em mulheres, principalmente as com obesidade.
Esses episódios de apneia têm como consequência a menor oxigenação do sangue durante a pausa respiratória, sobrecarga cardíaca pós pausa, sonolência diurna, aumento do apetite relacionado com alterações neuro-hormonais e hipertensão arterial.
Em longo prazo, pode-se desenvolver uma insuficiência cardíaca, riscos de convulsões, disfunções sexuais e depressão. Muitas vezes, as queixas de cansaço, desanimo, falta de energia para atividade física e dificuldade de concentração são decorrentes da má qualidade do sono.
Engana-se quem pensa que esses sintomas são pela idade ou falta de algum hormônio e não buscam um diagnóstico mais preciso.
Dentre as evidências neuro-hormonais, os estudos mostraram que essas pacientes têm menores níveis de leptina (hormônio relacionado à saciedade), elevação dos níveis do cortisol, da insulina e grelina (hormônios que aumentam o apetite).
A consequência disso é um ciclo vicioso: dorme-se mal, come-se mais para se manter alerta, aumenta o
peso, piora as apneias. Assim, quem dorme mal tem sim maior tendência a ganhar peso!
As medidas da circunferência do pescoço e da cintura abdominal, assim como uma adequada avaliação clínica podem ajudar a diagnosticar precocemente o problema, mas o exame principal é a polissonografia, que consiste numa monitorização do sono com a quantificação do número de apneias.
A detecção precoce do problema é fundamental para início do tratamento.
A perda de peso auxilia na redução dos episódios de apneia e dos sintomas da SAOS, assim como o uso das máscaras para impedir o colabamento da faringe durante o sono é importante para melhorar a
qualidade de vida da mulher, disposição e perda de peso.